terça-feira, 23 de julho de 2013

O papa é pop.



"O Papa é Pop" é o quinto álbum de estúdio da banda brasileira Engenheiros do Hawaii, lançado em formato de LP e CD pela BMG em 1990.

Este foi o primeiro álbum produzido pelos próprios integrantes e marca a adoção de uma sonoridade mais próxima ao pop. Foi considerado o álbum mais vendido da banda - mais de 400 mil cópias nos primeiros anos.

Com ele os Engenheiros do Hawaii foram considerados a maior banda de rock do Brasil de 1990 pela revista Bizz.

Foto:Reuters/Sergio Moraes

Tanto o álbum quanto sua faixa título cabem muito bem a eleição do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, um jesuíta.

A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola, que gravemente ferido na batalha de Pamplona em 20 de Maio de 1521, passou meses inválido no castelo de seu pai.

Durante o longo período de recuperação, Inácio leu livros para passar o tempo, dentre os quais Vita Christi (versão em inglês), de Rodolfo da Saxônia, e  Legenda Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que comparava o serviço de deus a uma ordem cavalheiresca. Daí a inspiração para a nova ordem.

A rigidez da Companhia formou o novo papa. E desta rigidez, a proximidade e a preocupação com os mais necessitados, com a injustiça social e com a indiferença global.

Após sucessivos escândalos envolvendo pedofilia e fraude financeira, a cúpula católica decide por um papa mais novo, não-europeu, austero, sem frescuras e mimos. Que abdica dos sapatos vermelhos Prada, do ouro do anel de Pedro e das vestimentas ostentosas, dos privilégios e das regalias. Bem diferente de nossos políticos, que ofereceram um cafezinho no Palácio da Guanabara a um custo de R$1300,00 por pessoa.

Enxergo a escolha de Bergoglio como uma bela jogada mercadológica da santa igreja. Tanto que eu, que não sou nem mesmo católico ou cristão, estando muito mais próximo do ateísmo - embora goste de abordar temas religiosos sob uma visão menos mística e mais cultural, histórica, política, ideológica, filosófica, social e antropológica, escrevo este texto.

Se tal fato faz parte de uma estratégia mais elaborada para resgatar sua credibilidade frente a seus fiéis, não sei. Se o papa parece ser aquilo que aparenta, acho que sim.

O que importa é que vivemos um período crítico da humanidade onde existe uma perda significativa de valores morais e éticos fundamentais e Bergoglio, como Mandela e tantos outros, nos mostra quanto, pela sua postura e seu discurso.

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